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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

ANGÉLICA AMÂNCIO
( BRASIL – MINAS GERAIS )

 

Doutora em Teoria da Literatura e Literatura Comparada pela UFMG e em História e Semiologia do Texto e da Imagem pela Université Paris-Diderot, Paris 7 (Cotutela). Pós-doutora em Literatura Brasileira pela Université Sorbonne Nouvelle, Paris 3. Pós-doutora em Estudos Linguísticos, Literários e Tradutológicos em Francês, pela USP. Mestre em Teoria da Literatura e Literatura Comparada pela UFMG. Tradutora formada pela ESIT (École Supérieure d'Interprètes et de Traducteurs), Paris 3. Licenciada em Língua e Literatura brasileira e francesa pela UFMG. Bolsista Capes de Doutorado, Doutorado-Sanduíche e Pós-doutorado. É, atualmente, professora no Departamento de Estudos lusófonos da Université Jean Moulin, Lyon 3, e coordenadora do D.U. (Diplôme universitaire) de português, na mesma instituição. Linhas de pesquisa: Literatura, outras artes e mídias; Literatura contemporânea; Literatura comparada (Brasil-França, literatura e cinema); Mídia e sociedade.

Informações coletadas do Lattes em 09/05/2023

 

ENTRELINHAS , VERSOS CONTEMPORÂNEOS MINEIROS.   Organização: Vera Casa Nova, Kaio Carmona, Marcelo Dolabela.  Belo Horizonte, MG:  Quixote + Do Editoras Associadas, 2020.  577 p.  ISBN 978-85—66236-64—2            Ex. biblioteca de Antonio Miranda


Canibalismo
— ou Mal-do-Século

Como Worther morreu por ver Carlota
dando pão com manteiga à criancinhas,
também a mim bastaram as migalhas,
triviais gestos de outonais festejos,
para longe murmurar tremendo — é ele!

Bastou sua brancura maviosa e pura,
o casual ato, nele tão sublime,
de pisar com desvario os próprios pés,
para palpitar-me o sei em febre
qual poento poeta embevecido.

Apenas o eco murmurando ao longe
seu venturoso sono detrás da janela aberta
foi bastante para atirar à distância,
na imundície do pátio, entre os detritos,
o triste tédio de um deserto inteiro.

Mas depois,
no entretanto de seu loquaz afastamento,
forçada fui,
como se à força fosse,
a apressadamente desfazê-lo.

E o desfiz,
Com a naturalidade dos cadarços
que se desamarram no meio do caminho,
eu o despi,
de coroa e cruz, o depus,
e o descosturei sem desdobrá-lo.

Eu o devolvi
à lira dos anos que não são mais meus,
o desvesti de encanto,
o desamei,
e me despedi,
sem pedir sequer que uma lágrima curta
ele derramasse por meu triste pensamento.


Depois que o amor comeu o poema,
o prefixo comeu o amor.


Lamento em frame

Fotografias da África
do sertão
da guerra
da fronteira.
Crianças de ventre cheio
de verme e vazio
ratos em palafitas
mulheres de seios tristes
esgotos
e olhos duros
em homens
que apanham café
corta cana
dormem cavalos.

A pobreza não sabe
distinguir
Nikon de Canon
não quer parede
nem porta-retrato.

A pobreza não se acha bonita.
Se olha para a câmera
é porque
tem fome
tem frio
e clama.

 

*
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Página publicada em maio de 2024



 

 

 
 
 
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